As telas fazem parte do dia a dia, estão no bolso dos pais, no sofá da sala, na escola, nos restaurantes. Elas ajudam, entretêm e facilitam a vida. Mas, quando passam a ocupar tempo demais, começam a impactar o comportamento, o sono, o foco e até a vida social das crianças.
A pergunta é: o que o excesso de telas realmente causa? E por que cada vez mais especialistas estão falando sobre isso?

Por que as telas mexem tanto com o cérebro das crianças

O cérebro infantil ainda está em formação. Tudo é absorvido com intensidade: sons, luzes, cores e movimentos rápidos. As telas oferecem estímulos em velocidade muito maior do que o mundo real e isso cria um padrão difícil de equilibrar.

Quanto mais tempo na tela, maior a necessidade de movimento constante, recompensas imediatas e conteúdos acelerados.

1. Irritabilidade e dificuldade para lidar com frustrações

Após longos períodos no celular ou tablet, é comum observar:

• explosões de choro
• reações intensas a pequenos contratempos
• irritação sem motivo claro
• dificuldade de “desligar”

As telas deixam o cérebro em estado de alerta, e a transição para atividades calmas se torna mais difícil.

2. Prejuízo na concentração e na aprendizagem

Vídeos rápidos e repetitivos, principalmente os que trocam de cena a cada poucos segundos, fazem o cérebro se acostumar com estímulos constantes.
O resultado?

• menos paciência em tarefas lentas
• menos interesse por leitura
• dificuldade de manter foco
• desinteresse por brincadeiras sem tela

Não é que a criança não goste da atividade , ela está habituada a um ritmo muito mais acelerado.

3. Impacto direto no sono

A luz azul emitida por telas reduz a produção de melatonina, hormônio que regula o sono. Por isso, crianças muito expostas a telas tendem a:

• demorar mais para dormir
• ter sono leve ou agitado
• acordar cansadas
• ter dificuldade de manter rotina

Sono ruim afeta humor, concentração e até alimentação.

4. Queda na criatividade e na imaginação

Para criar, a criança precisa de tédio , sim, tédio!
Precisa de momentos livres para inventar histórias, desenhar, construir, explorar.
Quando a tela ocupa esse espaço, sobra menos tempo para:

• imaginação
• pensamento livre
• resolução de problemas
• brincadeira espontânea

Consumir conteúdo não substitui criar.

5. Menos interação social e mais isolamento

Crianças que passam horas em telas tendem a demonstrar menos interesse por:

• brincadeiras com amigos
• conversas em família
• atividades que envolvem troca social

A tela aproxima e afasta ao mesmo tempo , depende de como é usada.

Como equilibrar sem brigar?

A solução não é proibir. É equilibrar. Algumas estratégias realistas ajudam muito:

✔ Crie momentos da rotina sem telas

Refeições, manhãs ou noites podem ser ótimos começos.

✔ Evite telas 1h antes de dormir

Melhora a qualidade do sono rapidamente.

✔ Ofereça alternativas reais

Música, atividades criativas, brincadeiras livres, livros, jogos simples.

✔ Participe quando possível

Assistir ou jogar junto transforma tela em conexão, não isolamento.

A infância precisa de leveza  e isso vai além das telas

Auge acredita em uma infância equilibrada, criativa e cheia de momentos reais.
Por isso, incentivamos atividades que ajudam a desconectar um pouco do digital: brincadeiras livres, música, imaginação, tempo em família, exploração e prática do “menos é mais”.

Criar um ambiente que favoreça leveza e criatividade não só reduz os efeitos do excesso de telas, como também fortalece o bem-estar emocional das crianças e isso muda tudo.